Implantação

A Implantação do plantio é composta de várias atividades de forma direta e indireta, como construções de estradas, aceiros, cercas, roçadas, combate a formigas, preparo de solo, adubações e irrigações.

Controle De Formigas Cortadeiras
O controle de formigas cortadeiras visa garantir a integridade das mudas implantadas e de regeneração natural quando existentes. As formigas cortadeiras, principalmente dos gêneros Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns), são apontadas como a principal praga florestal, devido aos severos danos causados por seu ataque. Em caso de ocorrência de formigas é necessário o seu controle, baseado na aplicação de iscas formicidas granulados ou em pó.
O primeiro controle é realizado antes do preparo do solo para plantio, a fim de facilitar a localização dos olheiros.
O monitoramento da ocorrência de formigas são realizados durante todo o período de desenvolvimento da floresta em conjunto com as atividades de manutenção.

Implantação De Reflorestamento
A implantação de reflorestamento é realizada em áreas pré determinadas com o objetivo de garantir o estabelecimento do plantio. São adotadas algumas medidas silvicultoras, conforme a seguir:

Preparo de solo
Roçada

O solo das áreas destinadas ao plantio de florestas deve receber cuidados especiais, visto que dele dependerá em grande parte o resultado da atividade. O preparo do solo corresponde a uma série de atividades que visam manejar e propiciar melhores condições de plantio e desenvolvimento das mudas.
Para limpeza do terreno é realizada a roçada, devido a competição por água, luz e nutrientes; a fim de eliminar a vegetação gramínea existente no local de plantio preservando as espécies remanescentes.
Em áreas onde há impossibilidade de uso do sistema mecanizado, devido a irregularidades topográficas e presença de regeneração natural, utilizam-se roçadeiras costais projetadas para serviços florestais de grande intensidade. Como complemento, esta roçada também poderá ser realizada manualmente com o emprego de foices e outras ferramentas de corte.

Subsolagem
A subsolagem realiza a desagregação do subsolo e facilita o desenvolvimento do sistema radicular das mudas.
Esta atividade é realizada em áreas com horizonte sub-superficial, com implemento ripper/subsolador de 0,50m de profundidade.

Enleiramento e Coroamento
O enleiramento de material residual vegetal é realizado no caso de impossibilidade do trabalho de gradagem no terreno. Linhas intercaladas às linhas de plantio são formadas para acomodação do resíduo vegetal, possibilitando a execução das atividades de coroamento.
O coroamento consiste da capina de uma área de 50 centímetros de raio, onde será realizado o coveamento.

Marcação de covas e Coveamento
Normalmente a marcação das covas nas áreas com implantação mecanizada são realizadas com o espaçamento de 2 metros entre covas e 3 metros entre linhas; o espaçamento depende da necessidade ambiental do projeto.
A adoção do espaçamento de 3 metros entre linhas visa favorecer a mecanização na fase de manutenção.
O coveamento semi-mecanizado é realizado em áreas de acesso impossibilitado para trator, obedecendo dimensões pré determinadas no projeto. No sistema semi-mecanizado utiliza-se perfurador de solo (motocoveador) com antivibratório.
O coveamento manual é realizado com uso de cavadeiras retas e articuladas ou enxadões.
Todo volume de terra retirado é deixado ao lado das covas para ser incorporado aos fertilizantes e adubo orgânico na proporção de 1/3 do volume de terra.

Análise de solos e recomendação de adubação
Visando o desenvolvimento das mudas implantadas é importante analisar a fertilidade do solo onde será realizada a reposição florestal. A adubação visa corrigir deficiências da fertilidade do solo, oferecendo nutrientes necessários ao desenvolvimento das mudas, proporcionando assim, condições para o rápido recobrimento do solo, restauração ambiente, além da minimização de custos de manutenção do reflorestamento.

Calagem
A calagem é a técnica de incorporação de materiais corretivos ao solo, isto é antes de iniciar o preparo de solo, com o objetivo de proporcionar maior suprimento de cálcio e magnésio às plantas e eliminar os efeitos nocivos de acidez, destacando-se a toxidez do alumínio (Al) e do manganês (Mn). Além de aumentar o pH e percentagem de saturação de bases no solo, a calagem
pode proporcionar aumento na disponibilidade de outros nutrientes e melhorar a estrutura do solo, favorecendo a aeração, a circulação de água e a penetração e desenvolvimento das raízes.

Adubação mineral
Recomenda-se no máximo 5 dias pós-plantio, adubação baseada na correção dos teores dos nutrientes nitrogênio, fósforo e potássio, que deverá ser aplicado em coveta ao lado da muda plantada.

Adubação orgânica
A adubação orgânica é realizada de forma complementar a adubação química. Sendo assim, o procedimento desta adubação é realizado com a mistura homogênea do solo oriundo do coveamento na proporção de 1/3 do volume de terra extraído.

Plantio e (enriquecimento)
O plantio é realizado preferencialmente, nas horas mais frescas do dia ou em dias chuvosos.
Para a execução do plantio, o lote de mudas são separados no campo e identificados como pioneiras e não-pioneiras para facilitar a distribuição dentro da linha de plantio.
O plantio de enriquecimento é recomendado para remanescentes florestais em estado variado de degradação e de regeneração.
A distribuição das mudas é realizado manualmente ao lado das covas, de forma que espécies não-pioneiras fiquem circundadas por espécies pioneiras. Este tipo de distribuição permite que espécies pioneiras, que apresentam crescimento mais rápido, forneçam sombreamento e desenvolvimento das não-pioneiras de estágios sucessionais mais avançados.
Na operação de plantio, o recipiente deve ser removido mantendo-se a integridade do torrão da muda e, consequentemente de seu sistema radicular. O recipiente deve ser recolhido e destinado adequadamente.
O hidrogel no solo visa otimizar a disponibilidade de água, melhorar a aeração, reduzir as perdas por percolação e lixiviação de nutrientes.
A região de interface entre o sistema radicular e o caule da muda, denominada como coleto, deverá ficar no mesmo nível da superfície do solo e livre de terra. Com os pés, pressiona-se a terra para firmar a muda no solo.
As mudas, eventualmente quando muito altas são tutoradas com ripas de bambu e amarradas com fitilho de sisal em forma de oito que tem por finalidade aumentar a sustentação mecânica.
A qualidade das mudas utilizadas em trabalhos de recomposição florestal constitui um dos fatores primordiais para o sucesso da empreitada. Este fator influi diretamente na porcentagem de sobrevivência das mudas após o plantio, assim como na diminuição de frequências dos tratos culturais de manutenção do reflorestamento.
O acondicionamento das mudas é realizado em canteiros instalados em área plana e com boa drenagem, funcionando como um viveiro de espera. As mudas devem passar por processo de rustificação, através do manejo hídrico com diminuição gradual no fornecimento de água, visando aumentar sua resistência ao estresse hídrico durante o plantio e possíveis épocas de estiagem.

Irrigação
A irrigação das mudas ocorre sempre que necessário de acordo com orientações do Engenheiro Florestal responsável pela reposição florestal. Durante a irrigação é recomendado o fornecimento de 3 a 5 litros de água por muda.